Monday, August 15, 2005

Inconsciência pertinente

O nome deste blog pode parecer muito subjetivo, mas na verdade ele surgiu em um dos momentos mais difíceis dos últimos tempos. Foi quando tive inspiração para escrever o texto que se segue e entra para o armário da tristeza, que está com a porta entreaberta, prestes a ser trancado, que seja temporariamente.

As lágrimas caíram grossas e ensoparam meu rosto. Mais uma vez fui buscar algo que não era meu para saber o que fazer. Tive a nítida sensação que estou vivendo provisoriamente, na iminência de que tudo acabe a qualquer momento. Vivo o que não é pra mim. Seria covardia abdicar de tudo e buscar a felicidade na morte?
O sorriso surge precário em meu rosto, pois ele não tem vontade de existir. É apenas um subterfúgio para mim mesma e uma forma de evitar que me perguntem o que sinto.
Costumo dizer que o meu inconsciente é mais lúcido que minha razão em sã consciência. E durante uma das minhas fugas, me encontrei em um mar de tristeza que não tem fim.
Me lembrei do que eu era na difícil infância quase extirpada da existência.
Me lembrei também da adolescência castigada que me fez sonhar com algo que eu queria muito e hoje parece não significar nada.
Sei que ainda tenho muito que andar... Mas, pra onde? Em busca de quê, se minha vida é uma farsa. Vivo num mundo que não me pertence. Vivo coisas que não sei explicar porque não sei entender.
Tenho vontade de voltar a ter objetivos. Até tento me enganar. Mas o que me falta é muito mais que a vontade de me encontrar. Acho que tudo isso é culpa minha mesmo, mas não sei como me desvencilhar desta angustia que tanto me incomoda e tira a minha vontade de viver.
Já não tenho tino para leitura, e as palavras que escrevo só refletem o buraco negro em que me encontro.
Não sei se o que me falta é amor próprio ou me sentir amada.
Não sei se preciso me encontrar ou ser procurada.
Só sei que me sinto solta, em um lugar escuro, frio e sem vida. Estou só, amargamente só no meio da multidão...

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