Wednesday, August 24, 2005

Voce em mim

Logo pela manhã, o primeiro pensamento é dedicado a você.
Quando tenho vontade de sorrir sinceramente, é para você que mando as vibraçoes de paz e alegria.
Se sinto um perfume suave, me lembro do seu cheiro.
Se me encanto com a noite negra, são seu olhos que vejo.
Ao sentir o frio da madrugada, é o seu corpo que desejo pra me aquecer.
O que mais quero agora é ter você em mim e estar inteiramente em você.

Monday, August 15, 2005

Inconsciência pertinente

O nome deste blog pode parecer muito subjetivo, mas na verdade ele surgiu em um dos momentos mais difíceis dos últimos tempos. Foi quando tive inspiração para escrever o texto que se segue e entra para o armário da tristeza, que está com a porta entreaberta, prestes a ser trancado, que seja temporariamente.

As lágrimas caíram grossas e ensoparam meu rosto. Mais uma vez fui buscar algo que não era meu para saber o que fazer. Tive a nítida sensação que estou vivendo provisoriamente, na iminência de que tudo acabe a qualquer momento. Vivo o que não é pra mim. Seria covardia abdicar de tudo e buscar a felicidade na morte?
O sorriso surge precário em meu rosto, pois ele não tem vontade de existir. É apenas um subterfúgio para mim mesma e uma forma de evitar que me perguntem o que sinto.
Costumo dizer que o meu inconsciente é mais lúcido que minha razão em sã consciência. E durante uma das minhas fugas, me encontrei em um mar de tristeza que não tem fim.
Me lembrei do que eu era na difícil infância quase extirpada da existência.
Me lembrei também da adolescência castigada que me fez sonhar com algo que eu queria muito e hoje parece não significar nada.
Sei que ainda tenho muito que andar... Mas, pra onde? Em busca de quê, se minha vida é uma farsa. Vivo num mundo que não me pertence. Vivo coisas que não sei explicar porque não sei entender.
Tenho vontade de voltar a ter objetivos. Até tento me enganar. Mas o que me falta é muito mais que a vontade de me encontrar. Acho que tudo isso é culpa minha mesmo, mas não sei como me desvencilhar desta angustia que tanto me incomoda e tira a minha vontade de viver.
Já não tenho tino para leitura, e as palavras que escrevo só refletem o buraco negro em que me encontro.
Não sei se o que me falta é amor próprio ou me sentir amada.
Não sei se preciso me encontrar ou ser procurada.
Só sei que me sinto solta, em um lugar escuro, frio e sem vida. Estou só, amargamente só no meio da multidão...

Tentando me descobrir

Há quem diga que as terapias e análises são grandes bobagens, que os psicólogos cumprem simplesmente a função de um amigo íntimo. Pela segunda vez, em menos de cinco anos, notei que talvez me faltasse isso (um amigo íntimo). Na verdade estava enganada, o que me faltava era ter intimidade comigo mesma. Há algumas semanas tive uma conversa com a terapeuta que foi muito além dos 60 minutos que ela sempre reservava na agenda para ouvir as minhas lamúrias. Contei a ela muita coisa sobre mim, só não disse tudo porque ainda não consegui me descobrir (se o tivesse feito não precisaria da ajuda dela).
Falei sobre os meus medos e angustias e, principalmente sobre a máscara que sinto necessidade de criar para guardar comigo as minhas inseguranças. Acabei me conhecendo um pouco mais e consolidando a opinião que já tinha, porém não muito firme, sobre a atuação destes profissionais. (abandonei a primeira terapia por causa de uma depressão incurável. Acreditam?)
Nesta última sessão, algumas perguntas e respostas me induziram a refletir sobre a minha existência. Acabei descobrindo que sou capaz de ser, sentir e viver muito mais do que me permitia e ser até ser feliz assim, confiando mais em mim.
A criação deste espaço foi uma sugestão da minha terapeuta. Mostrei a ela muito do que já tinha escrito e ela acabou me convencendo que esta poderia ser uma forma de desabafar, coisa que ainda sinto dificuldade em alguns aspectos da minha vida. Uma espécie de diário virtual poderia ser a saída. Resolvi então me soltar um pouco mais e perder o medo de expor o que penso, o que sinto e o que vejo deste mundo surreal, onde cada local é uma dimensão diferente e as pessoas, na verdade, são incógnitas.

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